Já deves estar a planear as refeições para esta época natalícia. Na ementa quem manda é a tradição, mas e nos vinhos? Escolher algo que ligue bem com os vários pratos e que agrade a toda a gente é uma tarefa complicada. A Mygon decidiu falar com o Produtor de Vinhos Luís Seabra para te ajudar a resolver este dilema e escolheres os melhores vinhos para o Natal.
“O mais importante é bebermos algo de que gostamos. Não tem que ser a garrafa mais rara ou mais valiosa que temos lá casa”, afirma o Produtor. “O Natal é um momento de reunir a família, se somos muitos à volta de uma mesa, com gostos diferentes em vinhos, o meu conselho é abrir os mais consensuais”, diz Luís Seabra.
Vinhos Prato a Prato:
Para abrir a refeição, com as entradas, qual o melhor “aperitivo”?
O antigo professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro sugere “um bom Espumante Extra Bruto ou um Porto Branco Seco”.
Para acompanhar o tradicional Bacalhau:
Na opinião do antigo investigador do Ministério da Agricultura a combinação perfeita são os “brancos com boa acidez”. Os seus prediletos são os da região do Dão e da Bairrada “de preferência com alguma idade”.
Exemplos do Dão: Druida, Primus e MOB.
Exemplos da Bairrada: Bageiras Garrafeira, Nossa e Quinta do Poço do Lobo.
Para regar a refeição de Polvo guisado:
“O Polvo guisado pede algo com mais volume”, refere Luís Seabra.
Exemplos: Xisto Cru Branco (produzido pelo próprio), “uma Malvazia de Colares plantada em solos de areia, ou um arinto do Vale Capucha da zona de Leiria”.
Peru:
“O tinto pode ser mais aberto na cor que se deixa beber mais facilmente, também porque temos mais vinhos pela frente”, argumenta.
Exemplos: o Conceito Bastardo, o Rufete da Real Companha Velha e Gravato.
Espetadas de Porco Madeirenses:
Neste caso são ideais “vinhos com alguma estrutura e também com acidez para poder contrabalançar a gordura da carne,” explica.
Exemplos: Xisto Ilimitado do Douro (produzido pelo próprio), um Vidente, um Quinta da Pellada do Dão ou um Aliás da Bairrada.
Borrego:
“Pede normalmente vinhos mais intensos (…) de preferência com mais de 10 anos”, aconselha Luís Seabra.
Exemplos: Poeira do Douro, Vadio da Bairrada, ou um Quinta da Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria das Beiras.
Galo do Campo:
Podes “combinar alguns vinhos do Alentejo com perfil diferente”.
Exemplos: Dominó ou Tricot.
Para acompanhar os doces:
Moscatel de Setúbal: “Vai por norma melhor com sobremesas menos doces, uma vez que por si só já tem grandes teores de doçura e menos taninos que podem cortar essa doçura”, afirma o Produtor.
Vinho do Porto: “Nas combinações clássicas os Portos Ruby casam bem com as sobremesas de chocolate e os Tawny com os doces de ovos como o leite creme”, esclarece.
Vinho da Madeira: “Pela sua elevada acidez vai sempre bem para cortar a doçura das sobremesas de Natal ou simplesmente depois destas para aliviar um pouco o nosso palato”, elucida.
Vinho Quente com Mel e Pau de Canela (Minho, Douro e Trás-os-Montes):
Luís Seabra ensina-te a receita:
“Uma tradição que vem da Europa do Norte, os alemães chamam-lhe glühwein, para além da canela podem ser usadas outras especiarias. Para além disso há quem goste de juntar laranja, limão e tangerinas, em sumo ou com casca. Existem um sem número de receitas que se podem encontrar na Internet, mas o principio básico é quase sempre o mesmo: ferver a água com todos ou alguns destes ingredientes, coar a água resultante e juntar com o vinho, aquecer novamente, mas sem levantar fervura, explica o consultor de vinhos.”
Conselhos:
Para atenuar os efeitos destes dias de excessos para além da dita responsabilidade não quisemos deixar de te dar umas dicas pela voz de Luís Seabra: “beber muita água durante toda a refeição, que contraria o efeito de desidratação do nosso corpo criado pelo álcool”. E bebe com calma, “quando as refeições levam o seu tempo e nós comemos e bebemos devagar os efeitos do álcool são sempre menos nocivos”.
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